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CORONAVÍRUS E COVID-19


O que é o coronavírus?

            Os coronavírus (CoVs) são vírus envelopados, cujo material genético é constituído por RNA. Possuem projeções parecidas com espinhos em sua superfície, dando a eles uma aparência de coroa quando visualizados em microscopia eletrônica, daí o nome coronavírus.
Os coronavírus são patógenos do trato respiratório. Quatro tipos de coronavírus podem infectar humanos: HKU1, NL63, 229E e OC43, e geralmente causam doença respiratória leve.


Figura: Estrutura de um Coronavírus.
Fonte da imagem: https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/01/veja-o-que-se-sabe-ate-agora-sobre-o-coronavirus-chines.shtml

É a primeira vez que um coronavírus causa doença grave em humanos?
A resposta é não! Em um passado recente, já houve dois casos em que o cruzamento de coronavírus animal para humanos resultou em doença grave. O primeiro caso foi registrado na cidade de Palma na China entre os anos 2002 e 2003, tendo sua origem em morcegos, e passou para os seres humanos tendo o gato como hospedeiro intermediário. A doença foi denominada síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV), afetou mais de 8.000 pessoas na China e causou 916 mortes (11% de mortalidade) antes de ser contida.
O segundo caso surgiu em 2012 na Arábia Saudita e a doença ficou conhecida como síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS-Cov). Esse coronavírus também teve sua origem em morcegos e foi transmitido para humanos tendo o camelo como hospedeiro intermediário. A doença afetou cerca de 2.500 pessoas e matou outras 858 (34% de mortalidade).
Origem e disseminação do COVID-19
Em dezembro de 2019, um grupo de pacientes, da cidade de Wuhan, capital da província de Hubei, na China, foi internado em hospitais com diagnóstico inicial de pneumonia de causa desconhecida. Esses casos iniciais foram ligados a um mercado atacadista (Huanan) de frutos do mar e animais vivos de Wuhan. Em 07 de janeiro de 2020 o vírus foi identificado como um coronavírus, tendo mais de 95% de similaridade com o coronavírus de morcegos e mais de 70% de similaridade com o SARS-Cov. Esses estudos indicam que os mamíferos são o elo mais provável entre o COVID-19 e os seres humanos.
Amostras ambientais do mercado de Huanan foram colhidas e testadas. O resultado foi positivo, indicando que o coronavírus surgiu de lá. Contudo, ainda não se sabe ao certo qual animal serviu de hospedeiro intermediário da doença.
O novo coronavírus foi denominado SARS-Cov 2 e a doença COVID-19.
A partir dos casos iniciais, o número de pessoas infectadas subiu exponencialmente, alguns dos quais não tiveram exposição ao mercado de animais, o que indicou a transmissão de pessoa para pessoa, também chamada transmissão comunitária. O primeiro caso fatal foi registrado em 11 de janeiro. No dia 30 do mesmo mês, 90 casos foram relatados em outros países, e a doença rapidamente se transformou em uma pandemia, atingindo números alarmantes. No Brasil, até o dia 08 de abril de 2020, foram confirmados 15.927 casos de COVID-19.

Autora: Profa. Dra. Renata Panarari, Docente de Biologia no IFPR, Campus Paranavaí

Fontes:  
BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO 8 – COE CORONAVÍRUS – 09 de abril de 2020. Secretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Sáude.
ROTHAN, Hussin A.; BYRAREDDY, Siddappa N. The epidemiology and pathogenesis of coronavirus disease (COVID-19) outbreak. Journal of autoimmunity, p. 102433, 2020.
SINGHAL, Tanu. A review of coronavirus disease-2019 (COVID-19). The Indian Journal of Pediatrics, p. 1-6, 2020.

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